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Opiniões concordam que o estacionamento rotativo é necessário, mas melhorias precisam ser feitas / Reprodução Google Maps
08/08/2019
Zona Azul completa um mês e empresários fazem balanço sobre serviço

Completa nesta quinta-feira (08) um mês do funcionamento da Zona Azul de Mirassol. Fazendo um balanço desse período, empresários entrevistados analisam as mudanças e destacam o que ainda precisa ser feito para corrigir falhas no serviço e fortalecer o comércio da cidade.
A presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Mirassol (Sincomercio), Gisela Lucas de Araújo Lopes, afirma que a Zona Azul é muito necessária para a cidade e não é contra o serviço, mas muitas mudanças precisam ser feitas. Para ela, a área demarcada é muito extensa, a multa de R$ 40 é alta e o começo exclusivamente por aplicativo foi um erro, o que fez cair o movimento. “A cidade parece abandonada e passa a mensagem de que, ou o centro comercial não é bom ou é caro. Também recebemos muitos consumidores de cidades vizinhas, como Jaci e Tanabi, pessoas do sítio, que às vezes não têm tanta facilidade de tecnologias”. Outra queixa é que os comerciantes e a entidade não foram convidados a nenhuma reunião para discutir o funcionamento da Zona Azul, apenas para a apresentação do serviço já definido.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Mirassol (Acemi), Elio Pecines, lembra que a Zona Azul sempre foi um pedido da maioria dos comerciantes, pois ajuda a organizar o comércio e a evitar a presença de “flanelinhas”. “Começou errado, com alguns problemas, poucas pessoas vendendo, a dificuldade de lidar com o aplicativo, o tempo de tolerância e a multa”, diz. Avalia que contribuiu para abrir vagas de estacionamento, pois muitas pessoas deixavam o carro parado no mesmo lugar o dia todo, mas não sabe se houve melhora ou queda nas vendas desde o início do serviço.
Já o gerente de uma loja de rede varejista Michael Kurt dos Santos Grieger reconhece que a Zona Azul melhorou na comodidade dos consumidores, no entanto, destaca que houve uma queda de 10 a 15% das vendas no mês de julho. “A loja em que atuamos tem como público uma grande parcela de pessoas idosas ou que não tem muitas habilidades com serviços digitais. Por isso, buscam a loja física, mas a Zona Azul, do jeito que foi feito, provocou um afastamento”, afirma. Para o gerente da loja, precisa melhorar a estrutura do serviço, especialmente na divulgação de que foram feitas alterações e que agora os tickets também podem ser comprados diretamente com as moças.
Já estabelecimentos comerciais com estacionamento próprio não sentiram mudança com a implantação da Zona Azul. É o caso de outra loja de rede varejista. A única ação no momento direcionada para os clientes é a ampliação da divulgação de que a loja possui estacionamento, informa a gerente Andreia de Oliveira Mendes.
Esse primeiro mês de Zona Azul foi marcado por muitos problemas pelo jeito que começou, apenas no aplicativo, comenta a comerciante Ana Lídia Vita Giroldo, proprietária de uma relojoaria. Com ajustes e adaptações na venda dos tickets, ela afirma que o serviço está caminhando melhor, mas analisa que o número de moças vendendo os cartões poderia ser maior. “Nem sempre os clientes encontram uma atendente no momento em que param o carro. Também acho que é necessário aumentar os pontos de venda e identificá-los melhor. Reunir os comerciantes de todos os segmentos para dar sugestões e ouvi-los também é importante”, diz.
Outra situação é a vivenciada pelo comerciante Milton Carlos Augusto, que atua no ramo de bicicletas. Sua loja fica em uma quadra na Rua 9 de julho, onde não tem demarcação da Zona Azul, no entanto, percebeu que perdeu as vagas para ele e seus clientes em frente a seu estabelecimento, pois outros comerciantes param ali. “Aqui também tem comércio e não foi demarcado, mas vejo trechos que são mais residenciais com vagas de estacionamento rotativo, o que, em minha opinião, é desnecessário. O número de atendentes nessas áreas afastadas também é menor”. O comerciante concorda com a implantação da Zona Azul, mas também afirma que o serviço precisa ser reformulado para melhorar para beneficiar a todos.
Participação do Legislativo
Desde o início da implantação do serviço de Zona Azul, vereadores da Câmara de Mirassol fizeram solicitações via requerimentos e manifestações na Tribuna para buscar melhorias na execução do serviço. Um dos pontos mais reforçados foi em relação à venda dos tickets via aplicativo, o tempo de tolerância e a aplicação das multas.
Nesta semana, foi apresentado um projeto de decreto legislativo que pretende sustar a regulamentação atual do sistema de estacionamento rotativo, porque esta foi feita por meio de decreto no Executivo Municipal, quando deveria ter sido elaborada via projeto de lei. O documento, que precisa ainda determinar todos os direitos dos usuários do sistema, deve ser apreciado pelos vereadores em Plenário.
O presidente da Câmara de Mirassol, Marcão Alves, destaca que não é contra a Zona Azul, pois o serviço é importante para abrir vagas de estacionamento aos consumidores. No entanto, observa que houve muitos erros na elaboração na licitação para contratação da empresa e dificuldades na execução do trabalho. “A correção dos problemas detectados é importante para a melhoria na prestação do serviço à população local e de municípios vizinhos que frequentam Mirassol”. 

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